Atualmente o termo “retenção de talentos” está em destaque. Em mercados mais agitados, como é o caso das ITs, conseguir reter talentos é um desafio para as empresas. Investimos muito tempo a formar pessoas e a prepará-las para as suas funções, mas quando o colaborador decide sair da empresa, gera-se algum prejuízo, no sentido em que é preciso mais tempo/dinheiro para encontrar outro talento para a vaga e formá-lo para a sua função.
Esta pergunta está aberta a muitas respostas, uma vez que as motivações podem ser pessoais, mas, ao pensar no geral, o que o faria querer ficar na empresa onde trabalha? O que será que as empresas que estão na lista das melhores empresas para trabalhar em Portugal fazem de diferente?
Sabemos que, atualmente, o salário não é o mais importante, as pessoas querem mais que isso, o tal “salário emocional”. Um clima organizacional saudável, que gera um bom ambiente corporativo, onde há respeito e reconhecimento entre os colaboradores. O gestor/líder tem que criar um ambiente que estimule os seus talentos a pensar e inovar, oferecendo oportunidades.
Apesar de se falar nisto há muito tempo, continua a ser bastante necessário. Fazer com que o colaborador entenda a história da empresa e queira fazer parte do seu crescimento. Conhecer os pontos fortes e os pontos de evolução dos seus colaboradores, através da avaliação de desempenho, com o intuito de desenvolver planos realistas. O colaborador pode sentir-se mais seguro, e isto ajuda a gerir as suas expectativas e o crescimento profissional.
A forma mais comum de incentivo é a participação nos lucros, mas pode não ser só isso. Periodicamente podem ser realizados sorteios de livros ou de “day use”, por exemplo, caso a sua empresa fabrique produtos, podem ser os próprios produtos, ou até mesmo os de parceiros. Não precisam de ser prémios grandiosos, como um cruzeiro na Grécia (claro que se a empresa tiver condições de o fazer é ótimo), podem ser pequenas ações, o importante é que haja consistência na periodicidade e que seja transparente na maneira como é feito, para que não gere sensações de injustiça. Estes incentivos têm que ser bem comunicados e partilhados para que todos tenham acesso a saber quem foi o eleito.
Imagine que acabou de ter um filho, quão bom seria ter um berçário no seu trabalho? Claro que nem todas as empresas têm condições físicas e financeiras para isto, podemos então pensar em ações menores, mas de impacto positivo como, por exemplo, grupos de prática de desporto, ou a parceria de descontos no ginásio, ou até mesmo, quem sabe, trocar algumas cápsulas de café por frutas. As ideias têm que ser sempre práticas e de acordo com as necessidades dos seus colaboradores, assim, conheça-os bem! Pois não adianta criar um programa de combate ao cigarro se ninguém fuma na sua empresa.
A integração de um novo membro na equipa é um ponto a ser trabalhado por grande parte das empresas. Trabalhar num ambiente novo exige algum tempo para se habituar. Onde posso encontrar papel? A quem me devo dirigir quando precisar de sair mais cedo? Como devo atender uma chamada? Onde fica a casa de banho? Perguntas simples que poderiam ser solucionadas através de um Manual de Acolhimento, contendo as questões práticas, funções, deveres e burocracia, bem como um colega de trabalho que lhe apresente as instalações da empresa e ajude a integrá-lo com os outros membros da equipa. Estas ações podem ajudá-lo a compreender a cultura da empresa, a sentir-se parte da equipa, a criar relacionamentos interpessoais e aumentar a sua motivação. A Google é uma das melhores empresas do mundo para trabalhar, se quiser, pode ver aqui um vídeo da primeira semana dos novos estagiários, vale mesmo a pena!
Os trabalhadores, cada vez mais, valorizam o seu tempo e como este é gasto. Investir numa política de horários flexíveis é uma boa solução. O colaborador sabe que tem que fazer 40h por semana, porque não escolher, o próprio, como serão feitas? Dar liberdade ao colaborador aumenta a sua produtividade.
Valorize e invista no que “já é da casa”. Invista em formação profissional, desenvolva as competências e aumente a qualificação do seu funcionário. Aumente os resultados e diminua a rotatividade da sua equipa investindo, por exemplo, numa academia de formação, onde os membros da equipa são formados pelos melhores colaboradores da própria empresa, favorecendo a troca de experiência e a valorização dos mesmos.
Por fim, aposte na sua equipa. Esteja próximo dos colaboradores, conheça a equipa, seja um canal aberto de comunicação, ouça-os, ofereça feedback e reconheça-os. Os talentos altamente qualificados estão cada vez mais escassos no mercado, por isso, valorize os seus e, se ainda não tem os que gostaria, treine-os, desenvolva-os. Aposte na gestão da felicidade. Acredite, a gestão da felicidade pode ser altamente lucrativa!
Artigo de opinião, Bianca Lima Santos